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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Daomé- dahomey

O Dahomey (Daomé em português) era um reino africano situado onde agora é o Benin. O reino foi fundado no século XVII (c. 1620) e durou até 1901, quando foi conquistado com tropas senegalesas pela França e incorporado às colônias francesas da África Ocidental.
Em 1985, os Palácios Reais de Abomei, a capital daquele reino, foram consideradas Património Mundial, pela UNESCO.

                           



As origens do Daomé podem ser traçadas a partir de um grupo adjá do reino costeiro de Aladá que deslocou-se para o norte e estabeleceu-se entre povos ewe (fon) do interior. Por volta de 1650, os adjá conseguiram dominar os fon e o Hwegbajá declarou-se rei de seu território comum. Tendo estabelecido sua capital em Agbome (ou Abomei), Hwegbajá e seus sucessores conseguiram estabelecer um Estado altamente centralizado com base no culto da realeza estruturado em sacrifícios (incluindo sacrifícios humanos) aos antepassados do monarca. Toda a terra era propriedade direta do rei, que coletava tributos de todas as colheitas obtidas.

Economicamente, entretanto, Hwegbajá e seus sucessores lucraram principalmente com o tráfico de escravos e relações com os escravistas estabelecidos na costa. Como os reis do Daomé envolveram-se em guerras para expandir seu território, e começaram a utilizar rifles e outras armas de fogo compradas aos europeus em troca dos prisioneiros, que foram vendidos como escravos nas Américas.

No reinado de Agadjá (1716-1740), Daomé conquistou Aladá (1724), de onde a família governante se originou, desse modo ganhando o contato direto com os comerciantes de escravos europeus na costa. Daomé costumava trocar escravos africanos por armamento europeu. Em 1727, o reino de Uidá - onde também havia a presença de europeus traficantes de escravos - foi igualmente capturado pelas forças de Agadjá. Não obstante, Agadjá foi incapaz de derrotar o reino vizinho de Oyo, principal rival do Daomé no comércio de escravos e, em 1730, transformou-se um vassalo de Oyo, embora conseguisse ainda manter a independência do Daomé.

Mesmo como um Estado vassalo, o Daomé continuou a expandir e florescer através do comércio escravista e, mais tarde, através da exportação de azeite de dendê produzido em grandes plantações. Pela estrutura econômica do reino, a terra pertencia ao rei, que detinha o monopólio de todo o comércio.

Em 1818, o Daomé desvencilhou-se do jugo do estado de Oyo. Em 1863, os franceses declararam um protetorado sobre Porto Novo; em 1889, ocuparam Cotonou. Em 1892, a França declarou um protetorado sobre todo o reino. Entre 1892 e 1894, o reino foi conquistado; o rei Behanzin foi deposto e exilado na Martinica, e os franceses instalaram um rei fantoche, Goutchilli. A capital Abomey foi queimada em 1892. O reino foi abolido em 1901.

 Economia

O seu apogeu econômico ocorreu no início do século XIX com a exportação de grande quantidade de escravos para o Brasil e Cuba, tanto que o litoral era conhecido como Costa dos Escravos. Um dos mais famosos traficantes de escravos nesta época foi o brasileiro Francisco Félix de Souza, o Chachá de Ouidah, protegido do rei Guezô. Nos anos 1880s, o tamanho do reino foi estimado em 10.000 quilômetros quadrados; as estimativas da população variavam entre 15.000 e 90.000 habitantes.

O Daomé foi enfim conquistado pela França em 1892-1894. A maioria das tropas que lutaram contra o Daomé eram compostas por africanos nativos, a isto se acrescentou o sentimento de hostilidade contra o reino, particularmente entre os iorubás, levando à sua derrota final.

Em 1960 a região alcançou a independência como República de Daomé, que mudou mais tarde seu nome para Benin.

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